Acho que uma das coisas mais magníficas de se ter um blog é que posso fazer um post extenso sem que eu sinta vergonha de terminar com aquele fenômeno dos stories que deixam de ser linhas e viram pontinhos, sabe?
Então, eu fui para a Islândia em 2023, mais precisamente em junho daquele ano. Era um sonho de anos que começou a pairar pela minha mente desde quando conheci Björk, depois Of Monsters and Men e muitos outros artistas que são de lá. As sonoridades estranhas deles me geraram uma curiosidade de saber como era o país daqueles artistas, daí comecei a pesquisar mais sobre a Islândia e concluí que uma foto de um parque de géiseres que vi num livro de geografia lá pela minha quarta ou quinta série do ensino fundamental era de lá.
Escolhi junho porque é verão lá. Apesar de eu gostar um pouquinho de neve e frio, achei que aproveitaria mais porque não dirijo e viajaria sozinho. Em janeiro de 2023 já comprei as passagens para Reykjavik, saindo de São Paulo e parando no Canadá.
Neste primeiro post eu focarei nos primeiros dois dias de viagem, então vamos lá:
Cheguei em Reykjavik no dia 9 de junho de 2023, pelo aeroporto de Keflavik. A viagem entre Montreal e Reykjavik foi super gostosa, dormi para um caramba de tão cansado que estava e fiz amizade com uma americana fã de Björk no vôo mesmo. Chegamos por volta das 9 da manhã. A imigração foi super tranquila e rapidamente me encontrei em terras islandesas que pela janela do avião mais pareciam ser, sei lá, Marte.
Como meu hotel só tinha check in a tarde, peguei o ônibus do aeroporto até o centro (que inclusive é a opção mais barata), deixei as malas num locker na própria rodoviária que é menor que a rodoviária da minha cidade natal e fui explorar a cidade a pé. Inclusive, acho que a primeira coisa que me surpreendeu na Islândia foi entender que tudo, absolutamente tudo, é muito pequeno se você comparar com as referências de capitais brasileiras. Esse contraste gera um sentimento muito interessante, principalmente para quem mora em São Paulo. A aventura começava ali.
Andei, andei e andei pelo centro. Tirei fotos na igreja, em alguns pontos do calçadão da praia, comi uns cachorros quentes e fui pro meu hotel dormir. Eu queria muito ter saído naquele dia a noite, mas meu corpo pedia socorro e obedeci.
Bem, acordei nem tão cedo, tomei um delicioso Skyr de café da manhã e fui em direção ao Harpía Hall, onde eu encontraria minha guia para o Reykjavik Food Walk. E nossa, uma das melhores escolhas da viagem! O tour é super divertido, o grupo não é grande e em um curto tempo (acho que dura umas 2h), você vai a vários restaurantes e consegue provar comidas diferentes que, se você fosse individualmente a cada um, gastaria muito mais. Além disso os guias sempre são islandeses, então eles acabam contando várias coisas sobre a cidade e o país à medida que se passa por pontos relevantes do centro. Provei pães islandeses, diversas comidas à base de peixe (inclusive o famoso bacalhau islandês), rolando também o tubarão fermentado, que tem que um cheiro amoníaco fortíssimo 🫠
Depois do tour fui dar mais uma volta pelo centro, daí acabei indo ao Museu Falológico Islandês. É um museu pequeno, mas bem divertido.
Depois fui andar mais pela cidade. Passei pela loja de discos que a Björk estava atacando de DJ naquela semana, além do café mais antigo da Islândia chamado Prikið. Lá não tem só café (que inclusive, de graça e ilimitado), mas cerveja, outras bebidas e um ambiente bem descolado. Acabei fazendo amigos enquanto bebia 😁
Voltei 100% bêbado para o hotel.
A noite ia chegando e já fui planejando o que faria para me divertir. Acabei fazendo amizade (rsrsrsrs) com um americano e um islandês nascido nos EUA. Fomos juntos para o Kiki Queer Bar, meio que O LUGAR que os LGBTQs de Reykjavik vão se divertir. É um bar que tem shows de drag queens e que vira uma baladinha à noite. A música é pop, nada muito diferente do que se vê mundo a fora, mas não deixa de ser um ambiente bem divertido. Terminei a noite trocando as pernas pelas ruas de Reykjavik com meus amigos, enquanto conversávamos com duas porto-riquenhas que também trocavam as pernas pelas ruas. Em algum momento eu percebi que, com aquela noite meio ensolarada que só os locais bem próximos dos polos da Terra podem oferecer, ~95% das pessoas que circulavam pelas ruas do centro de Reykjavik estavam insanamente bêbadas. Lindo demais.
Voltei para o hotel em algum hora da madrugada e fui descansar para o próximo dia. Continuo a contar no próximo post.